sexta-feira, 21 de maio de 2010

Giuliano sai do banco e reprova Estudiantes


Heroico. Assim foi o Inter diante do atual campeão da Libertadores, no Estádio Centenário, em Quilmes. Em um jogo com toda a cara da competição mais importante da América, os colorados não desistiram, mesmo atrás do placar durante quase todo o jogo. E o esforço foi recompensado. Depois de sair perdendo por 2 a 0, o time de Jorge Fossati buscou o gol da classificação aos 43 do segundo tempo, com Giuliano, e agora está nas semifinais, devido ao saldo qualificado.
Agora, depois de reeditar a final da Copa Sul-Americana de 2008, o Colorado repetirá a decisão da Libertadores de 2006, contra o São Paulo. Os confrontos ocorrem após o recesso da Copa do Mundo, em julho, e começam no estádio Beira-Rio. Mas as equipes já se enfrentam no próximo domingo, pela terceira rodada do Brasileirão.

Estudiantes aproveita a bobeira colorada
Foi bem como pediu o treinador Alejandro Sabella – com o coração quente e a mente fria –, que os donos da casa começaram o jogo. Não querendo desperdiçar um segundo sequer para reverter a vantagem conquistada pelos colorados em Porto Alegre. E tal como no Beira-Rio, Verón exerceu seu magnetismo com a bola. Todas as jogadas da equipe argentina começavam ou passavam por seus pés.
O craque, aliás, protagonizou o primeiro lance de gol, a 12 minutos. Ele recebeu pouco à frente da área, calibrou e mandou um torpedo. Com dificuldade, Pato Abbondanzieri conseguiu espalmar, vencendo o primeiro duelo com o camisa 11 local.
Pouco depois, porém, o colorado não teve a mesma sorte. Dessa vez, Verón não chutou, deu show. De antes da risca do meio campo, lançou. A bola passou por cima de toda a defesa colorada e quicou às costas de Nei para encontrar González que, de primeira, tocou sobre Abbondanzieri e inaugurou o marcador.
Mal a ficha caiu e o Estudiantes complicou ainda mais a situação gaúcha. Pérez recebeu próximo ao bico da área, pela esquerda, mirou, chutou e acertou a gaveta de Abbondanzieri, ampliando a vantagem argentina com um golaço: 2 a 0.
Só aí o Inter acordou. Mas a partir de então, os donos da casa armaram um esquema defensivo sólido, além da clássica catimba do país vizinho. Depois de sofrer o revés, o Inter só teve uma boa chance, aos 29. Em uma tabela que envolveu quatro jogadores colorados, Alecsandro recebeu e mandou da entrada da área. O chute não foi proporcional à jogada. O goleiro Orión não teve maiores dificuldades, e o Inter desceu para o intervalo desclassificado.

Ferrolho aumenta
Sabella tratou de povoar o meio campo ao tirar González para a entrada de Angeleri para o segundo tempo. Precisando do resultado, o Inter tentou ir para o campo ofensivo, mas continuava se enrolando diante de tanto argentino. Quando conseguiu, a arbitragem marcou impedimento. Aos 11, Alecsandro recebeu na área e tocou para o fundo das redes. Não valeu.
Mais aberto, o Inter teve grande chance aos 29 minutos. Andrezinho teve falta para cobrar a quatro passos da área, daquelas que ele costuma guardar. No entanto, o que era para ser o gol colorado virou uma grande defesa de Orión.

Giuliano prova que nunca é tarde
O tempo estava passando e o drama só aumentava. Fossati, então, arriscou tudo. Mandou Giuliano, Walter e Edu para o campo. Era tudo ou nada, afinal. Aos 39, o jovem atacante ainda recebeu um passe perfeito de Andrezinho na entrada da área, mas chutou para fora, aumentando a angústia.
Parecia que tudo estava perdido. No apertado Estádio Centenário, a torcida argentina já fazia a festa e acendeu seus sinalizadores, criando uma fumaceira no campo. Era tudo festa. Entretanto o jogo não tinha acabado ainda.
Na intermediária, a bola chegou para Andrezinho, quando o cronômetro acusava 43 minutos. E, em meio a fumaça, o meia colorado enxergou Giuliano, que invadia a área na ponta direita. Fez o lançamento e, com categoria, Giuliano tocou com classe para o fundo das redes e virou herói: 2 a 1.
O Estudiantes ainda foi com tudo para o ataque, porém provou seu veneno. Em qualquer levantamento para a área, Abbondanzieri segurava firme e se atirava no chão, abusando da catimba. O desespero trocou de lado, os segundos passaram, mas nada mais mudou. Copeiro, o Inter está nas semifinais da Libertadores.


Pancadaria depois do apito final
Após o encerramento, vários jogadores se estranharam e houve uma briga generalizada. Lauro agrediu Desabato, do Estudiantes, e provocou uma reação indignada dos argentinos. Demorou, mas os jogadores conseguiram, enfim, comemorar a classificação.

Libertadores – quartas de final
ESTUDIANTES 2
Orión; Clemente Rodríguez, Cellay, Desabato e Ré; Pérez (Benítez), Sanchez, Verón e Sosa; Boselli e González (Angeleri). Técnico: Alejandro Sabella.

INTER: 1
Pato Abbondanzieri; Bolívar, Sorondo e Fabiano Eller; Nei (Walter), Sandro (Edu), Guiñazu, Andrezinho, D'Alessandro (Giuliano) e Kleber; Alecsandro. Técnico: Jorge Fossati.

Gols: González (E) 19/1º; Pérez 21/1º (E); Giuliano 43/2º (I).
Cartões amarelos: Boselli e Verón (E); Sandro, D'Alessandro, Sorondo e Guiñazu (I).
Arbitragem: Oscar Ruíz (Fifa/COL), com Abraham González (COL) e Humberto Clavijo (COL).
Local: Estádio Centenário, em Quilmes, Argentina

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